sexta-feira, 22 de maio de 2015

Res-pi-ro.

Cara, a gente precisa aceitar as pausas.
Não as pausas alheias, porque com elas a gente até que lida bem... Essa nossa benevolência com o medo e a solidão do outro!
Mas, como o nosso corpo que pede descanso, a alma também precisa de um pouco de silêncio. Pra chorar, talvez, ou pra rir. Pra se pegar no próprio colo, trocar os curativos, acarinhar os próprios cabelos.
A gente precisa aceitar as pequenas pausas, porque elas são cumulativas, o tempo não tem dó e é mais fácil cuidar de um corte antes da infecção.
E é preciso se preparar pra infecção.
Quero aceitar as pausas, porque não tem sentimento que vem fora de hora.
E, mesmo que ninguém tenha dito, mesmo que condenem, a gente pode ser fraca por um segundo ou dois.
Fechei pra balanço. Obrigada pela compreensão.

(Taboão da Serra, 18 de maio de 2015)