quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Contar o amor. Florear.

Acontece que eu não sou boa em escrever histórias de amor.
Eu queria muito conseguir, mas sempre que tento meter meus sentimentos dentro desse padrão eles vazam pelas beiradas e escorrem pelo chão, mancham tudo em volta e por um segundo eu penso que eu sou tão estranha por não sentir da forma como todos são condicionados.

Nasci assim, pássaro solto.

Adoro pousar. Adoro ficar.
Mas adoro ser livre pra partir.
E pra voltar também - pra ir embora de uma vez por todas, só pra ser acolhida de novo daqui a pouco.

Tudo aqui é tão extremo, alegria e tristeza, que bota medo nos incautos.

Sinto muito se não sei ser doce o tempo inteiro - ou talvez eu não sinta.
A vida me fez como café: às vezes amarga e forte, às vezes doce e fraca: aguada.


A história de amor que ela me pediu não vai sair.
Escrevi três parágrafos, mas como descrever sentimentos tão meus como fossem de outrem?
Como contar que o tempo parou quando olhei praqueles olhos escuros e profundos? Que me viciei neles durante os meses seguintes?
Não sei.
Só sei que aquela história de amor que ela me pediu não vai sair.
Não vai sair de mim pro papel. Não vai sair de nós pra vida.

Acho que vai virar poesia. Virou.

(Taboão da Serra)

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