terça-feira, 9 de setembro de 2014

Do meu primeiro dia depois de você.

Olha, amor, nem todas as minhas palavras são suas, mas as próximas são. E são sinceras, sim. São verdadeiras, são concretas porque o que eu sinto não flutua e talvez eu não seja tão maleável quanto tu pensas. 
É que eu sempre vou me adaptar, sempre estarei à procura de um jeito novo de curar a ferida - é que lá no fundo eu sei que tudo vai ficar bem, que tudo já está bem.
É que amei ontem, amo hoje e é muito provável que continue amando amanhã. Só que mais leve. Só que mais solta.
A verdade é que eu não preciso de muito pra seguir. Uma caneca de café agora há pouco me acordou (pra vida), me avisou que é um novo dia e que meu mundo ainda tá aqui: minhas velas, minhas saias coloridas no armário, meus livros - tudo tão impregnado de mim e vazio de você que dói, dói por um instante ou dois, até eu lembrar que não dá pra fugir de quem se é. Eu queria ser Laura (ou Ana, ou Marcela), mas não deu. Tem Bárbara demais aqui. Eu posso ser pequena demais pro seu mundo, mas caibo certinho no que escolhi pra mim.

(São Paulo, 18 de julho de 2014)

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