terça-feira, 9 de setembro de 2014

Resposta.

Não tem jeito: deixa as palavras saírem uma vez e elas não aceitam mais viver dentro de você. Elas se embolam na sua cabeça, gritam por dentro de ti e quase te levam à loucura e aí, não importa se sua mão direita está imobilizada e você tem prova no dia seguinte: você só tem paz quando as deixa escapar pela mão esquerda para aparecerem logo em seguida na tela do computador (mesmo que isso leve o dobro do tempo que levaria se a mão direita estivesse boa).
Eu só queria pedir decência. Não cometa o erro de outrora – não me prometa o que não pode cumprir.
As feridas todas estão latejando. Tô trocando de pele, tô trocando de sonhos, refazendo meus planos e cuidando do essencial. Então, não interrompa. Deixa o tempo passar, que ainda tem muito de você em mim e não tenho vergonha de dizê-lo. Deixa estar, que ainda estou voltando pra casa - não interrompa.
Eu só queria pedir: não faz de mim poema, porque sei que posso fazer isso sem sua ajuda – posso fazer sozinha. Eu nunca soube escrever verso, sinto muito!, mas minha prosa também tem poesia.


(São Bernardo do Campo, 22 de julho de 2014)

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