segunda-feira, 9 de abril de 2018

Amor ao que se faz

Não tenho vergonha de dizer que levei 5 anos a mais que o tempo preconizado pela sociedade para descobrir qual profissão eu gostaria de seguir.
Confesso que eu nunca soube o que queria fazer da vida, eu nunca tive paixão por alguma ocupação... Queria fazer faculdade de Direito, mas nunca quis ser advogada. Queria fazer faculdade de Letras, mas não cabia no academicismo uspiano. Eu queria o que então?
Tentei aos 18, como era estabelecido, depois abandonei tudo e tentei com 22 outra coisa diferente... Já tinha aceitado que não encontraria um trabalho que eu amasse e, no futuro, teria que me adaptar a um trabalho que pagasse as contas e garantisse comida na mesa até o final do mês, e tudo bem, porque é assim com todo mundo, né?
Até que a enfermagem apareceu pra mim. Ela me chamou e eu, finalmente, fui. E mesmo que eu vá terminar os estudos com sete anos de atraso (porque ainda quero me graduar), tenho orgulho da minha trajetória até aqui e posso dizer que realmente encontrei o meu caminho.
Apesar do cansaço. Apesar das muitas vontades de desistir pelo caminho. Apesar das noites em que eu durmo 3 ou 4 horas e das noites em que eu emendo um turno no outro. Apesar do desespero que bate por ser velha demais para estar numa sala de aula.
Dois anos atrás eu não queria estar viva, porque o mundo é ruim demais. Hoje eu tenho certeza de que devo estar, para fazer com que ele seja um lugar um pouquinho melhor.


(19 de dezembro de 2017, no Facebook)

Nenhum comentário:

Postar um comentário